quinta-feira, 18 de dezembro de 2008

Sobrevivendo!

Tchê, acabo de passar por uma das mais interessantes situações da minha curta vida. Banca de seleção de mestrado na Ufrgs. Sou um peixe fora d'água, um cara do Direito se aventurando na Ciência Política. Diziam meus amigos que ninguém passava sequer na primeira fase, passei, hoje foi a entrevista.

Há duas ou três semanas atrás foi a entrevista na Unisinos, barbada, professores conhecidos, papo rápido, o projeto interessante, quase uma conversa de amigos. Já hoje...

Bem, em resumo, os caras batem com gosto. Nada injusto, elogiam o que têm que elogiar, analisam com frieza o projeto, mas quando têm que bater, bah, os caras são do ramo.

É amigos, segunda feira o resultado. Aguardem ansiosamente comigo: façam simpatias, orem, rezem, façam pajelanças...

Ah - e isso é meeeeeega importante - CHEGA dessa vida de corno. Ler até as três da manhã, acordar às oito e meia e começar de novo é engraçadinho por um tempo: o cara se sente bem fazendo o dever de casa e o escambau, mas essa vidinha por mais de três meses já é palhaçada. Chega! Pelo menos até segunda feira, quando inicia o estudo pro exame de ordem...

Meu reino por um fim de semana...

segunda-feira, 1 de dezembro de 2008

Feliz ano novo, adeus ano velho, que tudo se realize...

Ok, ok, eu ando meio choroso aqui no blog. Teve de tudo, poeminha, música, um monte de asneiras, que, frise-se, não que não as ache interesante, ao revés, mas, por enquanto, acabaram.

Ok, meus quatro leitores - seim, descobri mais um dia desses - merecem uma explicação. Sucinta, mas merecem. Como disse meu colega de trabalho semi-boss, é da natureza humana fazer m... e ficar um tempão consertando isso, não importa o quanto espertos sejamos. O que demonstra a lguma esperteza é exatamente o fato de consertarmos isso! Foi meu caso. Ali por março/abril, cometi um erro-crasso-gigantesco-imcompreenssível. Descobri aí por maio, e desde etnão passei tentanto consertar. Consegui. Resolvi tudo aí por outubro. Nesse ínterim, não conseguipensar em muita coisa. Sou ótimo em resolver problemas. Bom mesmo! Vai ver, é prática, mas nesses processos minha cabeça se foca e não penso em mais nada. Fico meio zumbi. Resolvo, mas fico zumbi.

Pois bem, era isso. Como não tava bem da cuca, fiz outras burradas na área afetiva - que embora com resultados trágicos, despertaram meu lado artístico - e essas não consegui consertar. Well, assim sendo, bola pra frente. Como diz a poesia do Srike - isso é uma homenagem ao meu irmão - virou, uôuô, e a mente se abriu... o mundo gira e bota tudo sempre no lugar...!

Mas, por enquanto, essa fase acabou. Retomando a vida de verdade, troquei de emprego, escrevi um artigo científico muito interesante, participei da seleção do mestrado da Uni e tenho a prova da UFRGS (Ciência Política, que é o ôro!) dia 15, vou (enfim) me formar e tenho exame de ordem à vista. Já é alguma coisa, o que me leva a falar de coisas sérias. Uma premiére: e que tal PT+PSDB (não nessa orde. Ou sim, sei lá!) em 2010? Detalhes no proximo post.

Abraço.

sexta-feira, 28 de novembro de 2008

Raul

Tão rolando pencas de festas da minha turma de formando. Umas duas por semana... Fui em quase todas até agora. Na verdade em todas. Ontem, numa delas, tava falando com uma guria que não é formanda e ela definiu tudo: não é um clima de "vamos aproveitar", mais parece que tá todo mundo desesperado, precisando se arranjar. Tá mais pra "nossa, tenho que fazer besteira na faculdade..." Nas palavras dela tá todo mundo desesperado!

Pois é, eu (também) devia estar sorrindo e orgulhoso por ter finalmente vencido na vida mas eu acho isso uma grande piada e um tanto quanto perigosa...


Ah! Mas que sujeito chato sou eu que não acha nada engraçado: macaco, praia, carro, jornal, tobogã... Eu acho tudo isso um saco

sexta-feira, 21 de novembro de 2008

Bem, amigos da rede globo....

Talvez eu seja um nojento!

É,talvez! A coisa toda começou com a Jamile, ex-colega de trabalho que me olhou nos olhos e disse Oseias, como tu és elitista. Claro, já tinha ouvido da minha família coisas do tipo, mas assim, vindo de uma pessoa nem não tão próxima, com um grave de seriedade, comecei a considerar. Até porque ela tinha fundamentação. J, como boa profissional do Direito, em atenção ao artigo 93, inciso IX, da Constituição fundamentava sua constatação em um monte de episódios.

Não dei muita bola, pois pra mim isso só demonstrava o que eu sempre admiti: eu não gosto de um monte de gente e não tenho problemas com isso. Aprendi com o Mestre dos Magos, na aula de Penal IV: Há pessoas com as quais não é bom se dar mesmo. E além disso, apesar de bem fundamentada, a sentença da J era um tanto estranha porque surgiu n’uma conversa na qual eu dizia que não gostava de X exatamente porque ele era cheio de frifrufru, espumante não era champagne, freqüentava o Fazano e o diabo em pé.

A coisa começou a tomar corpo nessa semana. A Ju vive me dizendo que tenho um ar sério e empolado. A Márcia-amo-mais-que tudo adoora dizer que eu me sinto, mas com elas eu brinco mesmo de ser esnobe só porque elas acham engraçados.Ontem tinha apitaço da minha turma de formandos. É uma coisa tosca na qual todo mundo veste a camiseta da turma, uns chapéus de palhaço, uns colares pseudo-havaianos (porque de plástico), óculos bestas e outros apetrechos de festa infantil, de preferência traz-se uma banda de pagode, um monte de serpentina e papel picado e invade as salas pra atrapalhar as aulas. O ponto alto se dá quando as mais animadinhas - sempre tem – puxam um criativo coro de Ah, eu sou formando... Sempre rola o hino dos times e coisinhas do gênero. Tão previsível.... Óbvio que não participei, Óbvio. Nunca entendi porque aquela idiotice. Sempre considerei mesquinhos os comentários de “Ai que m... esses formandos idiotas empatando a aula. Mas, ah, que no semestre que vem sou eu! (????????)

Mas, como não participei dessa coisa, como – depois de muita oração – convenci meus pais de que formatura é uma coisa inútil e colarei grau em gabinete, sabotando a minha própria campanha nos últimos dois anos para orador (aliás, releva sublinhar, como é bom mudar de idéia às vezes!), ontem, quando fui pro buteco com os formandos, alguém deu a entender que isso era um misto de rebeldia com ar de superioridade. Noutra roda, foi dito eu queria posar de intelectual e por isso superior.

É estranho ouvir tudo isso, mas acho que, paradoxalmente, tem um pouco de verdade! Concordo com o meu novo ídolo, C. Wright Mills de que o conhecimento tem função libertadora. Talvez seja mesmo porque eu li um pouco mais que a maioria, - pouco mesmo – que consigo me virar bem com minhas opiniões e na medida do possível, pensar o que quero, dizer o que penso e fazer o que quero. Aliás, em meu apoio Mills disse, mais ou menos, que acatar as opiniões dos outros é uma forma de conseguir o agradável sentimento de estar certo sem precisa pensar.

Isso nos leva, meio de canto, ao argumento de J. Bartlet quando vai responder em cadeia de TV perguntas de crianças sobre o espaço. Ele tem um cientista da NASA de cada lado, mas ao invés de repassar as perguntas, insiste em responder ele mesmo e de bate-pronto qual a temperatura, a idade, e qualquer coisa sobre Marte, Netuno, o mundo. A C.J., assistente de imprensa lhe diz Presidente, pára de se exibir, ninguém gosta de um sabichão e ele responde Claro, eu tenho um Prêmio Nobel no currículo, falo quatro idiomas, controlo metade do arsenal nuclear do mundo, mas Deus nos livre de as crianças descobrirem que seu presidente é esperto...

Em outras palavras, desde quando o normal é gritar apitar e atrapalhar as aulas dos outros? E porque mesmo, além das reminiscências da Sessão da Tarde eu tenho que vestir uma bata estranha, ter meu nome escrito em neon na parede e durante 45 segs., ouvir uma musiquinha que, em tese, é marcante ou resume minha vida, tudo isso para alfim, ser bacharel em direito. Vem cá tchê, não é o fato de eu passar lendo os últimos 6 anos, dormindo pouco e penando em ônibus que me torna bacharel?

Em outras palavras, e aqui vamos ao Gui Débord, o espetáculo, se tornou tão comum que se tornou necessário e - pra mim isso é muito engraçado - de tão necessário, furtar-se a ele é querer chamar atenção. Ser normal se tornou esnobismo...

Pra esses momento, gosto de Marx e tudo o que ele profetizou, tanto pelo que acertou por ser um gênio, quanto pelo que errou por confiar no ser humano “Tudo o que era sólido se evapora no ar, tudo o que era sagrado é profanado, e por fim o homem é obrigado a encarar com serenidade suas verdadeiras condições de vida”. Que nada, a gente sempre dá um jeito...

sexta-feira, 14 de novembro de 2008

A vida dos outros

Para a seleção de mestrado tive que estudar um pouco de hermenêutica, uma ciência (?) que coloca uma questãozinha bem complicada e ignorada nos debates sobre a vida: o sentido das coisas. Sabe naqueles dias lights, de tomar vinho com os amigos do peito, abrir o coração, falar sobre coisas esquisitas, que só entre amigos são inteligíveis, mesmo nesses dias, duvido que alguém saia com um Mas tchê, mas porque mesmo que o azul se chama azul? Experimenta pra ver. Mesmo o seu bando de amigos pirados vai te olhar com cara de espanto, e isso pelo simples motivo que precisamos do sentido compartilhado para nos entender no mundo. Se ninguém souber que azul é azul, que presidente é o cara que manda no executivo e que o Los Hermanos é a melhor banda do Brasil e que o Grêmio vai ser campeão do brasileirão/2008, sem esse acordo prévio de sentido, esqueçam a civilidade. Aliás, nesse sentido se nota a riqueza da metáfora da Torre de Babel: (sim, metáfora, porque embora eu venha de uma tradição evangélica pentecostal, é dureza acreditar que o pessoal queria construir uma torre pra chegar ao céu) deitar falando uma mesma língua e acordar sem se entender.

Mas nós somos sábios, a gente se vira. Arrumamos jeito de entender e explicar as coisas, criamos símbolos, fixamos linguagens, como diz um amigo, atribuímos sentido a essa linguagem e convencionamo-los. E a gente jura que dá certo, tanto que acha estranho que alguém se dedique a investigar o sentido das coisa, ora! Mas quando tudo dá meio errado, vem ela, sim, o meio de aproximar uma coisa da outra, senhoras e senhores, com vocês, a metáfora.

Na minha opinião, metáforas são recursos supervalorizados. Ontem, passei quarenta minutos discutindo com o Fabrício a superioridade da descrição sobre a metáfora (na verdade não sei se ele entendeu assim...!). Mas vejam só: Toda vez que falta luz, toda vez que algo nos falta, o invisível nos salta aos olhos,um salto no escuro da piscina...

Sei, sei... só não sei o que o infeliz quis dizer! Caso não lembrem, meus três leitores, metáforas servem para iluminar o que não é compreendido não pra complexificar o discurso. É para evitar a confusão, não para criar metalinguagens.

Na verdade, esta é uma bronca antiga que venho tendo com o mundo: queremos explicar uma coisa, por exemplo, a sociedade, mas ao invés de dizer como ela funciona inventamos uma teoria e passamos a discutir o que significa cada termo dentro do raio da teoria, depois, quais conceitos da teoria são mais importantes, depois, começa-se a ver a sociedade nos temos da teoria e quando as coisas não fecham, óh que pena, a sociedade tá errada.

Sério, desde que vi algumas das pessoas mais inteligentes que conheço fazendo isso, começou a se embalar no trapézio do meu cérebro (viram, isso que é metáfora: uma imagem conhecida para presentar um processo bioquímico que não sei descrever; e que não é minha, como sabem, é do M. de Assis) uma palavra: obtusidade. O que difere o inteligente do brilhante. Aliás, a grande descoberta desse ano é que a inteligência, tenham certeza, a inteligência não serve pra nada.

Bem, a idéia era falar sobre outra coisa, não sei porque acabei parando aqui. Té mais!

terça-feira, 4 de novembro de 2008

Odeio!!!!!!

Tentei postar duas vezes e, por extrema bocabertice, não consegui. Que vá praquele lugarzinho, seu blog. (Vejam só, isso é o maximo de achincalhamento público permitido a alguém que quer ser Procurador da República ou do Trabalho - ainda não me decidi. Se tivessem me dito isso no ínicio da faculdade, eu teria feito gastronomia).

sexta-feira, 17 de outubro de 2008

O que me dói

Bem mais que as dores reais
As despedidas no cais
Em um tempo que é distante
Que na idéia eu tenho os amantes
a imagem

Dói bem mais que a dor
A minha incapacidade
A procrastinação
A espera da hora certa
Passada, deveras

Quiçá que ainda resolvo?
Se sinto mais do que o todo
O fim - acordado - de um amor
Que never, nunca iniciou!

quarta-feira, 8 de outubro de 2008

Para entretê-los!

Pouco tempo, muito sono, coisas demais pra fazer. No intevalo entre tudo, e para entreter as crianças, compartilho a feliz descoberta de Jairo Lambari Fernandes:

http://br.youtube.com/watch?v=sXX8cV8IqYs&feature=related


(Eu te bendigo por ser teu o meu adeus... E se um dia me assossego há de ser nos braços teus!!!!!!!!!!!! Olôco!).


E um texto do mestre dos magos, catado da Zero Hora:


E que tal um dia sem Estado?, por Luciano Feldens


"Preconizou-se, dias atrás, "um dia sem imposto". Pagar imposto não é algo que dê prazer. Especialmente quando assistimos a recorrentes escândalos políticos envolvendo apropriação e desvio de dinheiro público. Quando falham as instituições de controle, então, como anotou Zero Hora em recente editorial, a indignação se avoluma. E o ápice do desgosto parece estar na constatação de que não percebemos o retorno prestacional para a parcela que aportamos em impostos. Sobre isso, é preciso esclarecer algo: nós, assinantes de Zero Hora, ocupantes de uma posição socioeconômica privilegiada, jamais receberemos do Estado, individualmente, uma contraprestação na exata proporção do que pagamos. E isso é assim, infelizmente, porque deve ser. A Constituição de 1988 fixa como objetivos fundamentais da República a erradicação da pobreza e a redução das desigualdades sociais (art. 3º). A única maneira de cumpri-los em uma sociedade altamente estratificada a exemplo da nossa, em que o Estado não produz riqueza, é mediante a capilarização de um percentual dos recursos de quem a produz, destinando-o ao financiamento de políticas sociais que aproveitam, em especial, às camadas socioeconômicas inferiores.

Diferentemente do que ocorre em um condomínio, onde cada morador cumpre com sua cota e os serviços são coletivamente devolvidos na medida do orçamento ajustado (limpeza, manutenção, segurança), no domínio social a situação é bastante diferente. Nem todos são pagadores. A maciça maioria não é. Isso significa que pagamos por outros e para outros. Essencialmente para aqueles que, se não fosse a presença do Estado no financiamento e na gestão da saúde e da educação públicas, por exemplo, jamais teriam minimamente satisfeitas essas condições elementares de dignidade humana; à diferença de nós, eles não têm a alternativa do setor privado...

Em termos de política social, sempre se poderá fazer melhor. Muito melhor, talvez. Seja como for, enquanto persistir essa profunda desigualdade, a fórmula da redistribuição implicará, sempre, que paguemos mais do que individualmente possamos almejar em troca.

Assim, além de um dia sem imposto, talvez pudéssemos também cogitar: que tal "um dia sem Estado"? Recentemente, os Estados Unidos presenciaram esse dia, quando da passagem do furacão que assolou New Orleans, levando à total paralisia dos serviços estatais de socorro (bombeiros, ambulâncias, polícias). Resultado: além da potencialização da tragédia em si, um aumento vertiginoso de roubos, estupros e homicídios. No Brasil, se esse "dia sem Estado" vingar, pretendo não sair de casa. E por um exercício hipotético de solidariedade mesclada com egoísmo, vou torcer para que esse dia não seja aquele no qual está agendada, há meses, pelo SUS, a sessão de quimioterapia de minha empregada doméstica. Ela depende do sistema público de saúde (Estado). E eu dependo dela."



Fui! Heidegger, Arendt e Ost me esperam.

sexta-feira, 26 de setembro de 2008

O vão que fazem suas mãos é só porque você não está comigo!

Tenho uma tese, que aliás, acho que não é minha. Se bem me lembro, ouvi pela primeira vez do Arthur de Faria, quando eu ouvia a PopRock. A tese é que os artistas são imprescindíveis, sobretudo, os das letras, porque eles conseguem dizer aquilo que pensamos mas não conseguimos articular. Creio piamente nisso. É por isso que eu gosto do Los Hermanos. Eu encontrei-a e quis duvidar! Tanto clichê, deve não ser... Eu que já não sou assim muito de ganhar, junto às mãos ao meu redor, faço o melhor que sou capaz só pra viver em paz... são coisas que eu sempre pensei e os caras escreveram. Maaaaassa! Por isso eu curto os caras.

Até acho engraçada essa coisa outsider dos caras. Achei demais a sonoridade de Los Hermanos, que reflete bem a atitude loser deles. Mas uma coisa me irrita.

Vai ter show do Marcelo Camelo em Poa no mês que vem. Eu, fãzaço, baixei o disco do cara. Nada demais, mesmas maluquices de sempre, MPB, com rock e alguns experimentos. Lá pelo meio do disco, aparece Janta. Pra quem saca de música, os primeiros acordes já demonstram que é pra ser a balada do disco. E lá vem, na voz chorosa do Camelo, Eu quis te conhecer, mas tenho que aceitar, caberá ao nosso amor o eterno ou o não dá. Pode ser cruel a eternidade Eu ando em frente por sentir vontade.

Bem! Bom! Legal! Quando se acha que o cara não tá fazendo apologia ao suicídio, Camelinho capricha na melancolia e dispara Eu quis te convencer mas chega de insistir. Caberá ao nosso amor o que há de vir, pode ser a eternidade má, caminho em frente pra sentir saudade...

O que? Chega de insistir? Caberá o que há de vir? Tá de sacanagem! Deixa eu ver se entendi: ele tem um amor, ela tá próxima, pode ser que seja a mulher da vida dele (caberá ao nosso amor o eterno), mas – como sempre – algo complica as coisas; sei lá, eles estão em momentos diferentes na vida, ela tá com outro cara e não consegue se desencompatibilizar, ele tem que tomar um monte de decisões axiais e não quer envolvê-la em seus problemas, quem sabe ele é meio bocó mesmo e ela a-do-ra um jogo duro, mas, o certo é que eles são afinados, se dão bem, se divertem juntos e ele me vem com essa de Caberá ao nosso amor o que há de vir?

Sei não, mas ele tá de sacanagem! Só pode! A prova é a frase final Eu ando em frente por sentir vontade. Em linguagem não poética, vai insistir, se meter em furadas, sofrer, doer, se perder com outros, tudo, menos consertar aquilo que lhe cabe! Bah, amores são confusos e não precisamos de derrotismo à granel! Se liga Camelo!

Sou bem mais Nando Reis: ... Na minha boca agora mora o teu nome. É a vista que os meus olhos querem ter, sem precisar procurar nem descansar e adormecer. Não quero acreditar que vou gastar desse modo a vida: olhar pro céu só ver janela e cortina. No meu coração fiz um lar o meu coração é o teu lar! E de que que adianta tanta mobília se você não está comigo. Só é possível te amar.

quinta-feira, 18 de setembro de 2008

Facinho, facinho!

Há um tempo, no fim do ano passado, quando preocupações como mestrado(s), especialização, formatura, exame de ordem, emprego(s), mudança não compunham a ordem do dia, e era possível dedicar meu tempo às coisas importantes da vida, me saiu este texto. Creio que é o melhor que já escrevi. Bons tempos aqueles? Que nada, agora é que é!

(Ah, estrupícios, comentem, comentem, comentem!)

RESPOSTAS SIMPLES PRAS COISAS COMPLICADAS DA VIDA:

- Ei, do que são feitas as nuvens?

- Ué, de algodão!

- E como elas se movem?

- Ai meu Deus! Assopra...

-E, e como elas não caem?

- Algodão doce é mais leve que o ar, ora.

- E a chuva?

- Que que tem a chuva?

- Assim, como ela acontece?

- É que as nuvens ficam úmidas, se chocam e chove... Simples

- E como os aviões passam no meio delas?

- Por quem?

- Pelas nuvens.

- É, desviando. Assiiiiiim, óóóóó. Isso é tão evidente!

- Tá, mas e quando eles passam por dentro delas?

- Uhmm?

- É, quando eles entram nas nuvens?

- O que???????

- Sim. Quando eles...

- E de onde tu tirou essa idéia. Isso nunca foi possível!

- Tá, e sobre Deus?

- Barbadinha, mas tu não vai entender, tô vendo tua cara de ateu...

- Fala aí, eu faço um esforço... E Deus?

- Gente boa!

- E Alá, e Jesus, e Maomé, e Buda, quem é o verdadeiro?

- Essa é simples. É tudo Deus. É como nas novelas da Globo. Sabe o Tarcísio Meira? O João Coragem, o ...., até naquela novelinha “A muralha” que ele era um doido da inquisição e nessa, Páginas da vida aí, muda o personagem, mas era sempre ele. É isso.

- Então, quer dizer que o Tarcísio Meira é Deus....??????????

- Não pô, não fala isso. Pô, nunca te disseram? É heresia!... Cara, Deus é a Gisele Bündchen.

- ÃHHH? Magrela assim?

- Viu? Eu disse que tu eras ateu...

-Tá, e sobre o inferno?

- Ah, essa é a mais fácil de todas. Assim, ó: Deus é bom. O inferno é ruim, então, o inferno é um lugar sem Deus. Então o inferno é um lugar sem a Gisa. Entendeu?

- Gisa?

- Gisa Bündchen. Captou???

- Ah!!

- Ei, espera aí. E quando a “Gisa” não existia, ãh? Antes de ela nascer?

- Ai meu santo! Escuta aqui, e tu nunca ouviu falar da Helena Ranaldi? Ela é anterior à Gisele!!!!

- Tá, mas e antes dessa?

- Dessa?! Sabe o que mais me irrita nos ateus? Eles não têm respeito. Pô, tu não pode falar da Helena Ranaldi dessa forma, afinal...

- Tá, ela é Deus, tô sabendo.

- Isso.

- Mas e antes, ou ela existiu sempre?

- Não, é claro que não, né. Tu nunca leu a Bíblia? Tá tudo lá! Livro de João...

- Nã..

- Tudo bem, no início, bem lá no princípio era o verbo, e o verbo era Deus, e o verbo estava com Deus. E depois, virou a Ângela Vieira, a Helena Ranaldi, e depois a Gisele Bündchen. Sacou?

- Ok, supondo que isso seja verdade, como vai ser agora, a Gisele Bündchen vai ser Deus pra sempre, e se não, quando é que ela vai deixar de ser?

- É, de fato...-

- Ah, agora eu quero ver, essa é complicada, toma!

- É, como eu ia dizendo antes de ser interrompido por um ateusinho feladaputa, essa é uma questão complexa, não tenho respostas, apenas, pistas...

- E...

- E essas pistas, bem elas levam a uma resposta simples, acompanha: como eu disse, no princípio era aquela coisa de o verbo, depois a Ângela Vieira, a Helena Ranaldi e agora a Gisa, tá acompanhando? Pois, bem, esse negócio de verbo não volta mais, sabe, então...

- Então tu tá me dizendo que vai voltar a ser essa, a tal de Ângela ou a... Ah, não faz cara feia, tá me desculpa, Helena Ra...

- Ranaldi, Helena Ranaldi, e não desculpo não, tu tem que saber que não se pode falar assim, mas tu entendeu o raciocínio, as pistas me levam a..

- A ela de novo?

- Sim e não. É ela, mas não ela exatamente...

- Claro, o clone dela. Não pode ser e não ser. Tu quer achar uma Deus e agora não sabe quem ela é. Tua teoria é furada como um... Do que tu tá rindo?

- De ti, criatura sem fé! Acha que a minha fé é furada porque não pode ser ela e não ser? Tão tenho que te apresentar uma pessoa que conheci na faculdade... Chama-se... É tu não ia entender. Chega por hoje.


segunda-feira, 15 de setembro de 2008

Ao mestre, com carinho!



Por algum motivo, resolvi listar meus ídolos. É, como eu disse no post inicial desse troço, isso é também um processo de auto-tratamento psicológico. Tem um pouco a ver com a macheza gaudéria, admitir que há gente boa e que se quer ser igual a eles é um tanto frustrante. Aliás, se há uma vantagem nessa coisa – estúpida – de ser gaúcho é que se pode culpar a tradição por quantas idiotices haja na cachola. E assim, viva o Vinte de Setembro, precursor da liberdade.

E isso me faz pensar em outra coisa: Baita cretinice esta nossa coisa de honrar mais o Vinte do que o Sete de setembro. Vergonhosa, se eu fosse presidente decretava uma intervenção federal e acabava com esta baixeza. Somos brasileiros, tchê! Pra quem não sabe, perdemos a Revolução Farroupilha, que, ademais, era apenas uma outra guerrinha em defesa dos interesses comerciais de um bando de estancieiros oligárquicos.

Tá, eu sei que este não era o assunto do post, mas é que eu gosto de comprar brigas inúteis isso nos leva diretamente ao primeiro da lista dos maiorais, Darcy Ribeiro. Lembram de 64, golpe militar, ditadura, aquela papagaiada toda? Darcysinho era Chefe de Gabinete de João Goulart, e quando soube que um generaleco tinha armado o circo em Minas Gerais, ofereceu a sugestão mais inteligente que a política brasileira teve desde o surgimento: bombardear todo mundo e mostrar quem manda nesta joça. Janguim não quis, parará pipipi (aliás, essa é uma das duas coisas que nunca entendi na história; a outra é porque Hitler, que resolveu implicar com todo mundo, pegou no pé logo dos judeus?) e então Darcysinho ofereceu sub metralhadoras pro pessol do PCB – ou seria do PC do B? – dar um jeitinho nas coisas em Brasília. Mestre!

Ok, ok, já ouço o coro dos pacifistas. Violência só gera violência e o diaboaquatro. Mas não tenho como não admirar um cara que expressamente admitiu que, desde piá, estudava pra pegá mulé, criou os CIEPs – não, não foi idéia do Collares – e fugiu do hospital onde tratava um câncer pra terminar de escrever O povo brasileiro, a bíblia nacional. Ninguém é brasileiro o suficiente antes de ler O povo brasileiro. No meio de tanta bobagem e pirotecnia teórica, Darcy Ribeiro tem a capacidade de fazer as perguntas certas:

“... por que uma nação tão populosa – a maior de todas as latinas e a segunda do Ocidente – e das mais ricas em recursos naturais, permanece subdesenvolvida e só é capaz de promover uma prosperidade de minorias, não generalizável ao grosso da população?”

Já li Sartre, Camus e todos aqueles existencialistas xaropes, mas esse livro mudou a minha vida. Redefiniu até meu estilo de escrita, desde Darcy “faço política e faço ciência movido por razões éticas e por um fundo patriotismo”. Uma palhinha para os senhores:


Somos, pois, inelutavelmente, uma criatura mais da civilização ocidental, condenada a expressar-se dentro dos seus quadros culturais. Uma romanidade tardia, tropical e mestiça. Uma nova Roma, melhor, porque racialmente lavada em sangue índio, em sangue negro. Culturalmente plasmada pela fusão do saber e das emoções de nossas três matrizes; iluminada pela experiência milenar dos índios para a vida no trópico, espiritualizada pelo senso musical e pela religiosidade do negro. Deste caldeamento carnal e espiritual, surgimos nós, os brasileiros.

Somos, apesar de toda essa romanidade, um povo novo, vale dizer um gênero singular de gente marcada por nossas matrizes, mas diferente de todas, sem caminho de retorno a qualquer delas. Esta singularidade nos condena a nos inventarmos a nós mesmos, uma vez que já não somos indígenas, nem transplantes ultramarinos de Portugal ou da África.

Somos os portadores da destinação que, forçados pela história, nossos pais se deram, a seu gosto ou a seu pesar, de plasmar este novo gênero humano, o brasileiro; com vocação mais humana, porque feito de mais humanidades e porque engendrado de forma mais sofrida. Um povo em que ninguém está enfastiado, nem tedioso; o que todos aspiram é fartura e alegria.

Somos os herdeiros de uma imensa, imensamente bela, imensamente rica, província da Terra que, lamentavelmente, mais temos malgastado que fecundado. Tamanho foi o desgaste que, hoje, tarefa maior é salvar toda a beleza prodigiosa da natureza que conseguiu sobreviver à nossa ação predatória. É fixar as diretrizes para uma convivência melhor com as terras, as matas, os campos, as águas e toda a diversidade quase infinita de formas de vida que nelas ainda vicejam.

Escreveu, ainda, uma penca de romances, ensaios, obras de Antropologia, Etnologia e Educação.

No discurso de posse na Academia Brasileira de Letras, no tempo em que ela ainda era séria, deixou averbado:

Estou certo de que alguém, neste resto de século, falará de mim, lendo uma página, página e meia. Os seguintes menos e menos. Só espero que nenhum falte ao sacro dever de enunciar meu nome. Nisto consistirá minha imortalidade.

Ao luminar da cultura brasileira, meus sinceros encômios.

sexta-feira, 5 de setembro de 2008

Música, maestro!

Quarta feira, acordei de bom humor - o que é raro - e com umas frases na cabeça - o que é comum. Banho, ônibus, Unisinos, corredor central, chegando ao topo do corredor (notem, meus caros, que vocês estão tendo o privilégio de acompanhar um gênio em processo criativo. Eita!), quase chegando no Fratello, pensei, Bah, isso dá uma música.

Fui para os computadores do C4, coloquei as frases na tela e comecei a elaborar o resto. Mexe de lá, de cá, achei tudo um horror. Ontem mexi mais um pouco e virou nisso:

Ah, antes de tudo - das críticas quanto às rimas pobres e previsíveis (ou seja, o fator H. Gessinger), a pretensão (o fator Zeca Baleiro), as referências difíceis (o fator Los Hemanos) - lembrem-se que todos odiávamos Fico assim sem você antes da Adriana Calcanhoto. Em termos diversos, melodia é mais da metade da música. Até pensei em gravar um nãnãnã da melodia e colocar um link aqui. Mas estupidez tem limite.



Trilha da Correria


Tô até fazendo uma lista pra contar as coisas a resolver
É a grana, o futuro, e até uma lei seca inventaram pra eu me f..
E o tempo segue voando, às vezes eu queria me dividir em dois
Como em uma science fiction, uma Mary Shelley em dois mil e oito.

Tão tá, to te dando um tempo, mas inda te sigo com meu olhar
E eu sei que não sou o único, mas se tu vais também vais voltar
Mas já vou te dando a letra, fica esperta, vê bem, meu bem
Que eu nem conto essas caras, sou mais que dois, mais que dez ou cem


Eu vou buscar meu espaço - eu e você. Eu sei, custou, demorou que até encheu
Mas vê, lá antes as coisas não eram assim
E eu, estou voltando à velha forma, péra lá que não demora
Quero ver cê dizer sim!


Não é porque eu estou mais quieto que eu tenha deixado de ser um gênio
Não é por não estar tão perto que eu tenha deixado de te amar
É que a correria tá braba, o pé tá na estrada como você está vendo
Mas já to dando um jeitinho, me guarda o teu carinho, o bicho vai pegar!

terça-feira, 2 de setembro de 2008

Montevidéu

Well, se tudo sair consoante o planejado, hoje, às 20h20min, vou a Montevidéu. A trabalho, um evento da faculdade.

Já fui lá uma vez - lá onde o céu se funde com o mar... - e as lembranças são as mais felizes, por isso, a expectativa é grande. Mas o que me motiva neste post é a questão da despedida; Uma vez li uma entrevista do Britto, aquele que foi governador, na qual ele dizia que, de certa forma, não lamentava ter perdido a eleição (para o Rigotto), pois quando a gente vence demais, começa a chamar Deus de colega. Nunca esqueci.

Para além das minhas pretensões teológicas, acho, desinteressadamente, que temos mesmo muito disso, o que se reflete na nossa inconsciência do tempo. Já averbaram alhures que os jovens juuuuram que são eternos.

Esse problema é mais grave em mim. Ontem, deixei duas das pessoas que mais amo com um ar frio; até estranhei quando uma delas me desejou uma boa viagem com um tom de despedida. Não foi por maldade, é que na minha mente passa a idéia de que todos vão estar ali no momento, no dia, na semana seguinte e nada vai mudar.

Troço maluco, não?: querer tomar consciência de que o momento é fugaz e que talvez não volte?

Bem, vou me reeducando, e pra essas duas pessoas o seguinte: Um bejo grande, um abraço demorado e o querer de voltar logo. São só quatro dias, mas vou morrer de saudades.

De início!

Senhoras e senhores, respeitável público, de cartola e fraque no mundo bloguístico, aqui estou eu.

Faz um tempão que pensava no assunto. Meus amigos sabem que gosto de escrever e muitos já haviam dito que eu deveria publicar minhas sandices. Creio que era um pouco de medo. Leio blogs há muito tempo e sei que que existem uns super f..., que até dão grana - JMC, Eu gosto de uma coisa errada, Ato ou efeito, o do Ricardo Gondim, a Bacia das Almas, o ex-blog do Ed Renné Kwitz, pra ficar nos meus favoritos - então, morria de medo de que o meu não fosse nunca-nunquinha acessado.

É gurizada, tenho sérios pobremas com a rejeição!

Mas há outras coisas. Sempre pensei que escrevia bem. Já me disseram pencas de vezes e eu até já comecei a escrever um livro. Mas escrevia pra mim - e para dois Procuradores da República e um Advogado - permeando minhas idéias e sentimentos desordenados com um pouco de gramática. Agora, assim, aberto ao público, pairava um medo de tornar meus textos métricos, burocráticos, preocupados com a estética. Medinhos medonhos, furtando a expressã de uma amiga. Ah, e quanto ao livro, parei na segunda página. A história é boa, mas preciso fazer umas pesquisas.

Tirante esta parte besta, há um aspecto que necessita ser pensado quando algo vai ser criado: o nome. Tá, a gente sabe que a muita gente não pensa nisso, e aí estão os Vandernilçons, Waldyscleis e Uóshingtons para comprovar. Mas eu, que já tenho definido o nome das minhas cinco FILHAS, que tenho uma mãe que acredita no determinismo dos nomes e que, mais que todo o resto, redescobri o poder de encanto das palavras, eu, sei que o nome é importante.

A propósito, meu nome é Oseias, que em alguma variação do grego ou do aramaico é o mesmo que Josué, ou seja, Yeshua, ou também, Jesus, que significa O Salvador. E depois não entendem meu ego grande!

Dito isso, INOMINADO vem de uma brincadeira mental - sim, eu me auto-divirto - que faço toda vez que oiço o nome do Recurso existente nos juizados especiais. Já gargalhei quando ouvi algum colega retardado perguntar Ô professor, como se chama esse recurso e o mestre responder, Se chama Recurso inominado, ou, Não tem nome, é o Recurso Inominado!

Será que não dá pra notar que é uma contradição? (Alguém sabe me dizer como se faz pra riscar com este troço aqui --------- por cima das palavras, pra demonstrar que aquela palavra não deveria estar ali, mesmo estando? Quem souber, por favor, risque a última palavra antes do parêntese. Não quero ler nem ouvi-la por uns 117 milênios. Aliás, eu ODEIO, I' hate, o termo cont.....).

Ok, de volta ao nome do inominado, bah, eu pensei isso desde a primeira vez que ouvi. Não sei como essa gente não se toca!

Por fim, superadas todas essas coisas, este troço é parte de um processo de auto-tratamento psicológico. Mas é também um arroubo. Devo creditar, também, à Janice, que criou um blog pra ela, inspirada no Grizon, se não estou enganado. É, em outros termos, ela foi mais corajosa que eu (tá, tá, criar um blog não tem nada a ver com coragem, eu sei!). Mas ela é mais do que eu em mais um monte de coisas mesmo!