sexta-feira, 28 de novembro de 2008

Raul

Tão rolando pencas de festas da minha turma de formando. Umas duas por semana... Fui em quase todas até agora. Na verdade em todas. Ontem, numa delas, tava falando com uma guria que não é formanda e ela definiu tudo: não é um clima de "vamos aproveitar", mais parece que tá todo mundo desesperado, precisando se arranjar. Tá mais pra "nossa, tenho que fazer besteira na faculdade..." Nas palavras dela tá todo mundo desesperado!

Pois é, eu (também) devia estar sorrindo e orgulhoso por ter finalmente vencido na vida mas eu acho isso uma grande piada e um tanto quanto perigosa...


Ah! Mas que sujeito chato sou eu que não acha nada engraçado: macaco, praia, carro, jornal, tobogã... Eu acho tudo isso um saco

sexta-feira, 21 de novembro de 2008

Bem, amigos da rede globo....

Talvez eu seja um nojento!

É,talvez! A coisa toda começou com a Jamile, ex-colega de trabalho que me olhou nos olhos e disse Oseias, como tu és elitista. Claro, já tinha ouvido da minha família coisas do tipo, mas assim, vindo de uma pessoa nem não tão próxima, com um grave de seriedade, comecei a considerar. Até porque ela tinha fundamentação. J, como boa profissional do Direito, em atenção ao artigo 93, inciso IX, da Constituição fundamentava sua constatação em um monte de episódios.

Não dei muita bola, pois pra mim isso só demonstrava o que eu sempre admiti: eu não gosto de um monte de gente e não tenho problemas com isso. Aprendi com o Mestre dos Magos, na aula de Penal IV: Há pessoas com as quais não é bom se dar mesmo. E além disso, apesar de bem fundamentada, a sentença da J era um tanto estranha porque surgiu n’uma conversa na qual eu dizia que não gostava de X exatamente porque ele era cheio de frifrufru, espumante não era champagne, freqüentava o Fazano e o diabo em pé.

A coisa começou a tomar corpo nessa semana. A Ju vive me dizendo que tenho um ar sério e empolado. A Márcia-amo-mais-que tudo adoora dizer que eu me sinto, mas com elas eu brinco mesmo de ser esnobe só porque elas acham engraçados.Ontem tinha apitaço da minha turma de formandos. É uma coisa tosca na qual todo mundo veste a camiseta da turma, uns chapéus de palhaço, uns colares pseudo-havaianos (porque de plástico), óculos bestas e outros apetrechos de festa infantil, de preferência traz-se uma banda de pagode, um monte de serpentina e papel picado e invade as salas pra atrapalhar as aulas. O ponto alto se dá quando as mais animadinhas - sempre tem – puxam um criativo coro de Ah, eu sou formando... Sempre rola o hino dos times e coisinhas do gênero. Tão previsível.... Óbvio que não participei, Óbvio. Nunca entendi porque aquela idiotice. Sempre considerei mesquinhos os comentários de “Ai que m... esses formandos idiotas empatando a aula. Mas, ah, que no semestre que vem sou eu! (????????)

Mas, como não participei dessa coisa, como – depois de muita oração – convenci meus pais de que formatura é uma coisa inútil e colarei grau em gabinete, sabotando a minha própria campanha nos últimos dois anos para orador (aliás, releva sublinhar, como é bom mudar de idéia às vezes!), ontem, quando fui pro buteco com os formandos, alguém deu a entender que isso era um misto de rebeldia com ar de superioridade. Noutra roda, foi dito eu queria posar de intelectual e por isso superior.

É estranho ouvir tudo isso, mas acho que, paradoxalmente, tem um pouco de verdade! Concordo com o meu novo ídolo, C. Wright Mills de que o conhecimento tem função libertadora. Talvez seja mesmo porque eu li um pouco mais que a maioria, - pouco mesmo – que consigo me virar bem com minhas opiniões e na medida do possível, pensar o que quero, dizer o que penso e fazer o que quero. Aliás, em meu apoio Mills disse, mais ou menos, que acatar as opiniões dos outros é uma forma de conseguir o agradável sentimento de estar certo sem precisa pensar.

Isso nos leva, meio de canto, ao argumento de J. Bartlet quando vai responder em cadeia de TV perguntas de crianças sobre o espaço. Ele tem um cientista da NASA de cada lado, mas ao invés de repassar as perguntas, insiste em responder ele mesmo e de bate-pronto qual a temperatura, a idade, e qualquer coisa sobre Marte, Netuno, o mundo. A C.J., assistente de imprensa lhe diz Presidente, pára de se exibir, ninguém gosta de um sabichão e ele responde Claro, eu tenho um Prêmio Nobel no currículo, falo quatro idiomas, controlo metade do arsenal nuclear do mundo, mas Deus nos livre de as crianças descobrirem que seu presidente é esperto...

Em outras palavras, desde quando o normal é gritar apitar e atrapalhar as aulas dos outros? E porque mesmo, além das reminiscências da Sessão da Tarde eu tenho que vestir uma bata estranha, ter meu nome escrito em neon na parede e durante 45 segs., ouvir uma musiquinha que, em tese, é marcante ou resume minha vida, tudo isso para alfim, ser bacharel em direito. Vem cá tchê, não é o fato de eu passar lendo os últimos 6 anos, dormindo pouco e penando em ônibus que me torna bacharel?

Em outras palavras, e aqui vamos ao Gui Débord, o espetáculo, se tornou tão comum que se tornou necessário e - pra mim isso é muito engraçado - de tão necessário, furtar-se a ele é querer chamar atenção. Ser normal se tornou esnobismo...

Pra esses momento, gosto de Marx e tudo o que ele profetizou, tanto pelo que acertou por ser um gênio, quanto pelo que errou por confiar no ser humano “Tudo o que era sólido se evapora no ar, tudo o que era sagrado é profanado, e por fim o homem é obrigado a encarar com serenidade suas verdadeiras condições de vida”. Que nada, a gente sempre dá um jeito...

sexta-feira, 14 de novembro de 2008

A vida dos outros

Para a seleção de mestrado tive que estudar um pouco de hermenêutica, uma ciência (?) que coloca uma questãozinha bem complicada e ignorada nos debates sobre a vida: o sentido das coisas. Sabe naqueles dias lights, de tomar vinho com os amigos do peito, abrir o coração, falar sobre coisas esquisitas, que só entre amigos são inteligíveis, mesmo nesses dias, duvido que alguém saia com um Mas tchê, mas porque mesmo que o azul se chama azul? Experimenta pra ver. Mesmo o seu bando de amigos pirados vai te olhar com cara de espanto, e isso pelo simples motivo que precisamos do sentido compartilhado para nos entender no mundo. Se ninguém souber que azul é azul, que presidente é o cara que manda no executivo e que o Los Hermanos é a melhor banda do Brasil e que o Grêmio vai ser campeão do brasileirão/2008, sem esse acordo prévio de sentido, esqueçam a civilidade. Aliás, nesse sentido se nota a riqueza da metáfora da Torre de Babel: (sim, metáfora, porque embora eu venha de uma tradição evangélica pentecostal, é dureza acreditar que o pessoal queria construir uma torre pra chegar ao céu) deitar falando uma mesma língua e acordar sem se entender.

Mas nós somos sábios, a gente se vira. Arrumamos jeito de entender e explicar as coisas, criamos símbolos, fixamos linguagens, como diz um amigo, atribuímos sentido a essa linguagem e convencionamo-los. E a gente jura que dá certo, tanto que acha estranho que alguém se dedique a investigar o sentido das coisa, ora! Mas quando tudo dá meio errado, vem ela, sim, o meio de aproximar uma coisa da outra, senhoras e senhores, com vocês, a metáfora.

Na minha opinião, metáforas são recursos supervalorizados. Ontem, passei quarenta minutos discutindo com o Fabrício a superioridade da descrição sobre a metáfora (na verdade não sei se ele entendeu assim...!). Mas vejam só: Toda vez que falta luz, toda vez que algo nos falta, o invisível nos salta aos olhos,um salto no escuro da piscina...

Sei, sei... só não sei o que o infeliz quis dizer! Caso não lembrem, meus três leitores, metáforas servem para iluminar o que não é compreendido não pra complexificar o discurso. É para evitar a confusão, não para criar metalinguagens.

Na verdade, esta é uma bronca antiga que venho tendo com o mundo: queremos explicar uma coisa, por exemplo, a sociedade, mas ao invés de dizer como ela funciona inventamos uma teoria e passamos a discutir o que significa cada termo dentro do raio da teoria, depois, quais conceitos da teoria são mais importantes, depois, começa-se a ver a sociedade nos temos da teoria e quando as coisas não fecham, óh que pena, a sociedade tá errada.

Sério, desde que vi algumas das pessoas mais inteligentes que conheço fazendo isso, começou a se embalar no trapézio do meu cérebro (viram, isso que é metáfora: uma imagem conhecida para presentar um processo bioquímico que não sei descrever; e que não é minha, como sabem, é do M. de Assis) uma palavra: obtusidade. O que difere o inteligente do brilhante. Aliás, a grande descoberta desse ano é que a inteligência, tenham certeza, a inteligência não serve pra nada.

Bem, a idéia era falar sobre outra coisa, não sei porque acabei parando aqui. Té mais!

terça-feira, 4 de novembro de 2008

Odeio!!!!!!

Tentei postar duas vezes e, por extrema bocabertice, não consegui. Que vá praquele lugarzinho, seu blog. (Vejam só, isso é o maximo de achincalhamento público permitido a alguém que quer ser Procurador da República ou do Trabalho - ainda não me decidi. Se tivessem me dito isso no ínicio da faculdade, eu teria feito gastronomia).